quinta-feira, 21 de outubro de 2010

TEMOS QUE VENCER BEM MAIS QUE, SEIS MILHÕES DE ESPERMATOZÓIDES


   O que veremos abaixo é no mínimo um absurdo, não demora muito pra gente começar a ver nos tribunais as “quedas de braços” para  se fazer abortos de pessoas com deficiência, seja por má formação, sindrome de west, sindrome de down ou qualquer outra deficiência detectada na gestação. A magistratura irá decidir quem nasce ou morre.                                    
     A partir do momento que alguém  conseguir uma liminar aí virá uma  inchorrada de liminares.

Gêmeos unidos
TJ paulista autoriza aborto de fetos com má formação

O Tribunal de Justiça de São Paulo autorizou a interrupção da gravidez de uma enfermeira de 31 anos. A mulher está com mais de seis meses de gestação de gêmeos xipófagos, unidos pelo abdômen e bacia. A perícia médica constatou que os fetos têm anomalias graves e que não há chances de sobrevida para eles fora da barriga da mãe. A decisão, por maioria de votos, é da 3ª Câmara Criminal.
O julgamento envolveu caso que é conhecido pela doutrina e jurisprudência como aborto eugênico (quando o feto é portador de anomalia grave e sem cura), figura jurídica que não encontra previsão legal. O Código Penal só permite aborto em duas situações: quando não há outro meio para salvar a vida da gestante ou quando a gravidez é resultado de estupro.
Em primeira instância, o juiz Gioia Perini, da 2ª Vara Criminal de Mogi das Cruzes (SP), indeferiu o pedido da gestante. O magistrado argumentou que o aborto eugênico não encontra amparo legal. “Tão somente o fato de evitar-se sofrimento físico e psicológico da mãe e dos familiares não serve como fundamento para a autorização [do aborto]”, sustentou o juiz.
Insatisfeita, a grávida pediu Mandado de Segurança ao Tribunal de Justiça alegando que direito líquido e certo para fazer o aborto com autorização judicial. Disse que o juiz estava errado nos fundamentos que embasaram a decisão, negando o alvará e que o ato do magistrado foi ilegal.
Os advogados da gestante sustentaram ainda que interrupção da gravidez é medida de urgência porque a continuidade da gestação coloca em risco a vida da gestante, além de ser inviável a concepção dos fetos. A defesa esclareceu que o relatório médico dava conta de que além de unidos pelas paredes abdominais e pélvicas, os fetos só tinham um fígado e num deles não havia formação dos membros inferiores.
O relator, desembargador Luiz Pantaleão, votou contra a concessão de alvará para o aborto. Ele entendeu que o Judiciário não pode contrariar a garantia constitucional do direito à vida, autorizando a morte dos gêmeos pelo aborto. “Considerando-se que existe garantia constitucional à inviolabilidade da vida em qualquer dos seus estágios, a interrupção da gravidez diante da malformação dos fetos é juridicamente impossível”, argumentou Pantaleão.
O desembargador também afastou o argumento da defesa de que a interrupção da gravidez era uma medida de urgência para acabar com o risco de vida da gestante. Segundo Pantaleão, nesse caso não basta a existência de risco, mas é preciso comprovação do efetivo perigo de vida e que o aborto é o único meio para salvar a mulher.
O desembargador Amado de Faria abriu divergência. Para ele, diante da grave deformidade dos fetos, como do potencial perigo que corre a gestante, outra conduta não poderia ter a Justiça que não fosse mandar interromper a gravidez, pondo fim ao sofrimento da gestante. O entendimento foi seguido pelo terceiro juiz, o desembargador Geraldo Wohlers.
A maioria da turma julgadora entendeu que o juiz não pode ficar preso à letra fria da lei. Para o grupo vencedor, o apego a formalidades não resolve um problema angustiante e relevante como aquele que estava colocado em julgamento.
Jurisprudência
O aborto eugênico, por não ter previsão legal, ainda encontra resistência entre juízes e desembargadores. A doutrina e a jurisprudência oscilam em aceitar ou não a interrupção da gravidez nesses casos. Parte da jurisprudência entende que esse tipo de aborto tem por fundamento o interesse social na qualidade de vida e é independente de todo ser humano. Segundo essa tese, não importa o interesse em garantir a existência da vida em quaisquer circunstâncias. Ainda que sem expressa previsão legal, a interrupção da gravidez por má formação congênita do feto tem sido admitida pelo Judiciário paulista por meio de Mandado de Segurança.
Na primeira instância paulista, o pioneiro nesse entendimento foi o então juiz Geraldo Pinheiro Franco, hoje desembargador da 5ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça. “Impossível a sobrevida do feto, deve ser autorizado o aborto”, sentenciou Pinheiro Franco, em 1993, quando atuava como juiz do Departamento de Inquéritos Policiais (Dipo).
O juiz Francisco Galvão Bruno, hoje desembargador da 9ª Câmara Criminal, seguiu a mesma trilha autorizando a interrupção de gravidez num caso de Síndrome de Edwards. A mesma posição foi tomada pela juíza Maria Cristina Cotrofe, quando titular da 2ª Vara do Tribunal do Júri da Capital.
“Não há nenhuma possibilidade de tratamento intra ou extra-uterino nos casos de trissomia do cromossomo 18 ou Síndrome de Edwards”, afirmou Galvão Bruno, quando era juiz em primeira instância. “E a sobrevida, se houver, além de vegetativa não ultrapassará semanas”, completou.
O TJ paulista também tem precedente como a decisão capitaneada pelo desembargador Ribeiro dos Santos que autorizou o aborto de um feto com Síndorme de Edwards, ou a que foi determinada pelo desembargador David Haddad. Este mandou o Hospital das Clínicas da USP a fazer o aborto de um feto com falta de cérebro e olhos.
O desafio no caso de gravidez de fetos com má formação já foi bateu às portas do Supremo, que deve julgar ação sobre aborto de fetos anencéfalos.



                                 Joel trancoso claudino

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

PALAVRAS E FRASES INADEQUADAS DITAS POR REPÓRTERES DE TELEVISÃO E RÁDIOS


PALAVRAS E FRASES INADEQUADAS DITAS POR                       
        REPÓRTERES DE TELEVISÃO E RÁDIOS
     Eu penso que o jornalista e os órgãos de comunicação devem ter sempre o cuidado de verificar a terminologia correta antes de publicá-la ou verbalizá-la. Vou apresentar algumas matérias jornalísticas que vi em televisão, exemplos de deslizes cometidos por repórteres quando se referiram a pessoas com deficiência.
     “Stefphen Hawking, um gênio da física, preso a uma cadeira de rodas, produz uma obra revolucionária.”
     A palavra preso (assim como confinado), além de ser incorreta, perpetua a imagem do coitadinho, de sofredor. A cadeira de rodas é apenas um recurso para suprir a necessidade de locomoção. Bastaria ter dito: ”Sentado numa cadeira de rodas”.
     “ Este apartamento é da Srª Ivani Trancoso , Ela é cega . mas mora sozinha há 15 anos.”
     Eis aqui o preconceito embutido no raciocínio do repórter: ” Pessoa cega não deveria morar sozinha ou não é capaz de morar sozinha”. Por isso,  ele disse: “ela é cega e mora sozinha “.  Bastaria dizer “ela é cega mora  sozinha”.
     “Só movimentando a cabeça e preso a uma cadeira de rodas especial que ele comanda com os movimentos com a boca, se formou em direito pela Universidade de Brasília.”
     Este outro repórter também disse “preso a uma cadeira de rodas”. É uma tendência das pessoas que querem exagerar a carga emocional da situação. É o hábito de contrapor “algo supostamente bem negativo”                     (estar numa cadeira de rodas)a “algo supostamente bem positivo” (formação em direito) para aumentar o mérito de uma ação supostamente muito boa( o esforço de concluir um curso superior).
       “ Super-homem. Vítima do destino, vive como um paralítico após sofrer uma queda de cavalo. Desde então o ator vive uma luta dramática em busca de recuperação. O drama de Chistopher Reeves emociona milhões de pessoas. A imagem de homem dotado de superpoderes  foi substituída pela imagem do tetraplégico. Disposto a vencer a dura realidade, ele vem mostrando a força e a disposição de um super-herói. Reeves é um grande exemplo de superação. Mesmo imobilizado numa cadeira de rodas o ator acaba de lançar um filme que assina a direção”.
      Em apenas 35 segundos este repórter conseguiu falar sete frases inadequadas, exagerando completamente a carga emocional dos fatos, além de usar algumas palavras incorretas, tais como “vítima do destino”, “imobilizado numa cadeira de rodas”, observem os chavões que ele usou pra criar imagens sensacionalistas: “ vive uma luta dramática”, “emociona milhões de pessoas”, “ vem mostrando a força e a disposição de um Super-herói”, “ um grande exemplo de superação”. Tudo isso reforça o esteriótipos que os próprios portadores de deficiência  vem lutando há décadas para eliminar.  São  as falsas compensações para minimiza a dimensão da deficiência.
     “Renato tem 8 anos e sofre de distrofia muscular progressiva”.
     Aqui a palavra incorreta é “sofre”, que induz o ouvinte a ter pena de Renato. O correto é  simplesmente dizer : “Renato tem distrofia muscular progressiva”
      Os pais que não tem vergonha de ter filhos diferenciados levam suas crianças para brincar no calçadão de  Copacabana .”
     Ao desejar atribuir um mérito aos pais, o mérito de não ter vergonha, repórter generalizou os motivos que os pais teriam para ir ao calçadão de   Copacabana  e usou o termo” filhos diferenciados”, que é inadequado, quando poderia  ter dito simplesmente “ filhos com deficiência”.
  Enfim... Somente com a terminologia adequada e com a abordagem correta  em relação a nova imagem da pessoa com deficiência, a mídia poderá usar o seu poder para ajudar a transfomar a sociedade em uma SOCIEDADE INCLUSIVA.
                                    JOEL TRANCOSO CLAUDINO 

domingo, 10 de outubro de 2010

TRANSPORTES PÚBLICOS


TRANSPORTES PÚBLICOS
     Por mais que eu fale, reporte em jornais, por mais que eu esperneie, até a presente data o governo municipal e até alguns segmentos e lideranças como Câmera de vereadores ou representantes ligados à Pessoas com Necessidades Especiais não entenderam que: SEM TRANSPORTES NADA VAI A FRENTE !!!
     O que adianta as Leis de cotas para o emprego se você não tem como chegar ao trabalho?
Os que chegam estão sempre na dependência dos familiares, amigos, companheiros, e até mesmo os passageiros que são sempre muito solidários .
     Eu diria que, não adianta congressos, simpósios, palestras e eventos falando sobre  Pessoas com Necessidades Especiais e direitos  se os próprios não tem como chegar sozinhos  a lugar algum. Sempre que você vê alguém nestes eventos são sempre as mesmas pessoas, ( aquelas que tem transporte  próprio). Mas a pergunta que faço é e os  outros , centenas de Pessoas com Necessidades Especiais que gostariam de estar presentes e não podem, porque  NÃO TEM TRANSPORTE ?!?
     Sempre que vejo um cadeirante no ponto de ônibus sei que ele vai “mofar” por uma ou mais horas até chegar  um ônibus adaptado que funcione, as plataformas nunca funcionam ou os motoristas não são aptos a  operar, ou pior ainda, quando vêem um  cadeirante  simplesmente não param. Um  ABSURDO !!!
     O acesso ao trabalho caracteriza-se como fator primordial à cidadania de qualquer pessoa. Assegura-lhe, pois, dignidade, auto-estima e acolhimento social.

                                   JOEL TRANCOSO CLAUDINO

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

SEXUALIDADE ENTRE DEFICIENTES


      O assunto sexo ainda é tabu. E tesão ainda é julgado um nome feio para uma sociedade conservadora entre pessoas consideradas “normais”.   Imagine como são avaliadas as relações amorosas e sexuais entre os portadores de deficiência física? Aquele que perdeu as faculdades motoras, que ficou mutilado por causa de acidentes ou por doenças, poderá sofrer uma mutilação emocional, se seus desejos sexuais e amorosos não forem aceitos pelos familiares, em primeiro lugar, e pela sociedade, de um modo geral. Ele já sofre com sua autocrítica e, quando supera seus próprios preconceitos e descobre o amor correspondido, ganha auto-estima e encontra força psicológica para realizar seus desejos e acreditar na sua capacidade de conviver com a sua diferença. A sexualidade de um modo geral não se limita apenas aos órgãos genitais, à penetração e ao orgasmo.
     Existem muitas maneiras de curtir o prazer numa troca de olhares, num roçar de mãos, num abraço, num beijo, num ficar pertinho, abraçadinhos. E, para quem não  sabe,  muitos deles estão aptos ao ato sexual.( e Como )
     O importante é que o deficiente físico se liberte da vigilância de seus amados pais e protetores. Que descubram suas potencialidades e assumam suas próprias vidas como puderem. Transcrevo o depoimento admirável que recebi de uma “Velha Amiga”.
 
     Gostaria de sugerir que abordasse a sexualidade das mulheres com seqüelas de poliomielite (como, infelizmente, é o meu caso, desde os 7 meses e 15 dias), visto que eu mesma acho interessante que, tendo sido atingida em toda a área inferior e na coluna vertebral, não fui atingida em nada em meu aparelho feminino e muito menos em minha sensibilidade genital, nem tampouco na minha sexualidade, permitindo-me levar a vida normalmente nesse campo. Isto me leva a dizer que a febre do desejo é incrivelmente superior à febre ingrata da poliomielite, não permitindo que ela me roubasse a "essência feminina", com a qual Deus me brindou ao fazer com que eu nascesse Mulher.
     Minha sexualidade aflorou muito cedo, ainda na pré-adolescência, por volta dos 11 anos. A masturbação era meu único e solitário meio de exercê-la, pois eu não tinha contato com ninguém do sexo oposto até os meus 24 anos, quando passei a freqüentar um grupo de Deficientes Físicos, e a usar aparelho ortopédico nas pernas e muletas axilares, o que me permitia sair de casa. Foi assim que conheci meu primeiro namorado e foi com ele o meu primeiro beijo. Mas minha vida sexual só começou mesmo aos 30 anos, visto não estar morando mais na casa de minha mãe, pessoa muito rígida na conduta das filhas. Eu não tinha a mínima intenção de magoá-la ou desobedecer-lhe. Sempre pensei "Casa dos outros, regras dos outros".
     Fazia um ano que estava fora da casa dela, pagando pensão na casa de amigas, quando numa manhã de domingo o dono de uma lanchonete, a qual freqüentava, sentou-se à mesa comigo e, a partir daí, começou nosso romance, que durou 4 anos. Ele foi meu primeiro homem de fato. Antes dele, foram só beijos e algumas carícias um pouco mais ousadas. Meu segundo parceiro foi um amigo de longa data (14 anos de amizade), que sempre me cantava, declaradamente, e eu dizia não, por ainda ser virgem.   Como não era mais, estava sozinha e sempre nutri muita atração e declarada paixão por ele, nos entregamos a momentos de intenso prazer numa noite de réveillon. E, embora ainda tenha amizade com ele até hoje, só mantivemos quatro relações sexuais. Meu terceiro parceiro era deficiente físico como eu e, apesar de ser solteiro (coisa que os outros não eram), foi o pior dos meus relacionamentos em termos de sentimentos, pois ele era virgem e 14 anos mais novo que eu. Ele era inseguro e me ofendia muito por eu não ser a virgenzinha que ele sonhara.
     Ele me deu muito carinho e prazer, mas quando terminou comigo, rendeu-me uma profunda depressão que quase me levou à morte. Mas ninguém se compara ao meu atual parceiro, um moreno, deliciosamente atraído por mim, e que só de me ver já fica todo aceso e a fim de... Temos a mesma idade. Apesar de ele dizer que sente só tesão, pra mim já é uma grande coisa!
     Sou uma cinqüentona (tenho 50 anos), vivo numa cadeira de rodas sem exibir os gingados de um caminhar e nem uma bunda bem-feita. Se consigo deixar um homem no estado de excitação em que ele fica, é sinal de que meu sex appeal é muito grande e eficiente, não é verdade? Sempre nos vemos e mantemos relações intensas, geralmente a cada 15 ou 20 dias, às vezes a cada oito dias, dependendo dos compromissos dele, que só tem um defeitinho: também é casado.
           Grata pela atenção e parabéns.


                        JOEL TRANCOSO CLAUDINO

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

OSTOMIZADOS


                 
                                                     OSTOMIZADOS
     O primeiro registro na literatura médica a respeito de estomas foi à idéia de Alex Littré (em 1710) de realizar cirurgicamente a exteriorização de um segmento intestinal para aliviar quadro de obstrução intestinal. Essa idéia surgiu durante uma autópsia de um recém nascido que faleceu devido a uma imperfuração anal- má formação pouco freqüente. Os relatos seguintes são de 1750, quando um cirurgião  desconhecido realizou a primeira colostomia ( exteriorização do colon através da parede abdominal)  e Duret a primeira colostomia idealizada por littré para salvar a vida de um recém nato   com imperfuração anal.
     Porém foi  somente no século XX, no entanto que se estabeleceu o uso desta mano-bra cirúrgica de forma segura e resolutiva, amadurecida sob o ponto de vista técnico, e  com suporte adequado para os que passam a portar o estoma.
     Para quem não sabe o “estoma” é o nome dado a uma intervenção cirúrgica que ocorre quando se torna necessário criar um novo caminho para saída de urina ou fezes do corpo em função de alguma doença ou acidentes. Por diversos motivos os intestinos ou vias urinárias deixam de funcionar normalmente e a remoção dos tecidos   afetados torna-se uma questão de vida ou morte. As causas que determinam uma ação como esta são: tumores, doenças inflamatórias. Tiros. Facadas, explosões, acidentes de trabalho. Má formações  congênitas, entre outras. A característica de um ostomizado é a bolsa coletora,  geralmente situada no abdômem, que passa a ser utili zada  na maior parte das vezes,  por toda vida. Uma vez ostomizada, a pessoa passa a viver diante de uma série de cuidados e necessidades específicas, principalmente em relação a sua higiene, que se não tiram completamente sua independencia , geram algumas limitações funcionais.
     Assim como as qualquer deficiência ou limitação, a ostomia não escolhe classe social ou  idade . No Brasil os números predominam nas pessoas a cima de 50 anos. Mas temos muitos jovens e crianças na mesma situação. Segundo dados da ( ABRASO ) Associação Brasileira de Ostomizados, com sede no Rio de Janeiro “ ainda não existem números precisos no Brasil “ Mas estima-se que são 80 mil brasileiros. A nação com maior números  de ostomizados no mundo – cerca de 1,5 milhão é o Estados Unidos. Isso se deve basicamente  aos  péssimos hábitos alimentares da população daquele país. Um dos mais famosos ostomizados americano é o irmão do Ex. presidente George Bush. Marvin Bush atua de forma intensa na militância pelos direitos de sua categoria. Sem querer levar para o lado da “Américanização, “este é mais um exemplo a ser seguido.  Nos Estados Unidos os ostomizados célebres falam abertamente de sua condição, ao contrário do Brasil onde os otomizados, famosos negam qualquer forma de contato sobre o assunto.
Os ostomizados tem suas principais necessidades ligadas ao bom uso das bolsas coletoras, sendo fundamentais a utilização de equipamentos e material adequados, uma boa rotina de higiene e um rígido controle nutricional para evitar alimentos e bebidas que possam gerar fermentação excessiva e odores fortes que ultrapassem a proteção das bolsas .
     Com relação  às  limitações físicas e  funcionais, ela é praticamente inexistente, desde que as atividades não atinjam o estoma, ou seja o orifício criado a partir da cirurgia.
     Trabalhar, estudar, namorar, dançar, praticar esportes, brincar, se divertir enfim... Viver!!! Todas as atividades são plenamente possíveis e desejáveis para um ostomizado , a vendo até , casos de ostomizados que praticam tranquilamente esportes como: ciclismo, natação e musculação e até situação em que mulheres  conseguiram engra  vidar  e gerar filhos sem grandes dramas. Há casos de ostomizados incapacitados, mas essa incapacidade é, na maior  partes dos casos, decorrente da doença ou do acidente que gerou o estoma do que do estoma propriamente dito.
     Definitivamente “o estomizado não é um incapaz” e pode fazer a maioria das coisas  que qualquer pessoa faz ... Assim como outras pessoas com outros tipos de deficiência.
     Dá mesma forma que foi para os deficientes, em geral, os ostomizados também viveram uma fase , e ainda vivem,  muito dura de preconceitos, tendenciando a se manter escondidas e isoladas. No entanto os ostomizados também foram a luta, com quase 30 anos de vivencia em associações e entidades de apoio inicialmente criados pelos médicos e depois pelos próprios ostomizados as organizações discutem os problemas e brigam pelas principais revindicações, lutas, vitórias, direitos e etc. ... Nestes anos de lutas,  foram várias as vitórias e a maior delas se deu em 02/12/2004, com a sua equiparação aos portadores de deficiência física, por meio de um decreto da Presidência da República de nº 52.596 e este fato permitiu aos estomizados uma grande conquista : a possibilidade de participarem da Lei de  cotas para vagas de trabalho, o que representa uma grande  ferramenta de inserção  social, outra  conquista foram a distribuição de bolsas coletoras pela rede Pública de saúde, a insenção impostos de importação para aquisição de bolsas e a possibilidade de discussão sobre a obrigatoriedade da aposentadoria por invalidez, sendo vários os casos de ostomizados liberados para o trabalho normal. No entanto ainda existem muitas conquistas a serem  alcançadas.
    
                                       Joel Trancoso Claudino